O desenvolvimento industrial de um País é considerado como a sua mola mestra. É através desse setor que são criados milhares de empregos e bens para serem consumidos e utilizados em diferentes frentes. Acontece que a expansão da indústria também é vista com ressalvas na medida em que os processos de produção emitem diversos tipos de poluentes que agridem o meio ambiente. E diante da impossibilidade das empresas pararem suas produções, cada vez mais ganha terreno ações e projetos com foco na sustentabilidade. Ou seja, poupar a natureza do acúmulo de resíduos nocivos, como dar um destino ambientalmente correto resíduos plásticos que normalmente vão parar em lixões.
Com foco na produção e também na preservação do meio ambiente, a Jaepel Embalagens e Papel, fábrica sediada em Senador Canedo, e cuja produção já é feita a partir de papel reciclado, resolveu inovar. Além de dar um novo destino para os papéis que iriam parar no lixo, a empresa implantou um sistema que consiste na transformação de sacolas plásticas em óleo combustível.
O processo é feito mediante a aplicação do método chamado de termo catalítico, o qual não gera resíduos no meio ambiente porque se trata de um processo que não tem queima do plástico. A partir de então, o que era descartado pela empresa passou a ser reaproveitado. Ronaldo Thibes, diretor da Jaepel, explica que atualmente a empresa recicla por mês cerca de 550 mil toneladas de plásticos, gerando um total de 520 mil litros de óleo combustível.
Todo esse processo, além de poupar os aterros sanitários e o meio ambiente, faz com que a própria empresa saia ganhando na medida em que aproveita o combustível gerado nos seus próprios maquinários que operam na linha de produção. “Com isso a gente consegue ser auto-sustentável”, ressalta o diretor da empresa.
Dedicação
Conforme o diretor da Jaepel, projetos como esse objetivam uma mudança de postura, mas para isso é preciso uma “pitada de ousadia”, já que o processo inovador aplicado na empresa envolveu muito estudo, testes e coragem de tirar do papel uma ideia e aplicá-la na prática. “Transformar um projeto desses em escala industrial é um grande desafio”, destaca Ronaldo.
Para o sucesso, ele aconselha que um passo importante, antes de qualquer atitude, é estudar o cenário do qual a empresa faz parte e então estabelecer diretrizes e planos de ação. “Isso é ser sustentável, avaliar a cadeia produtiva como um todo”, diz.
Vantagens
Entre as vantagens do ecocombutível, Ronaldo Thibes destaca que o produto possui boa capacidade calorífica, o que significa que é um bom gerador de energia. Além disso, uma das grandes vantagens é que o produto possui baixo teor de enxofre, produto considerado altamente poluente. Para se ter um ideia, a emissão de enxofre pelo uso do óleo diesel é de 0,20% a 035%, enquanto que o índice de emissão do combustível ecologicamente correto é da ordem de 0,0073%.
Além disso, o biocombustível emite 28% menos C02 (liberado pela queima de combustíveis fósseis) em relação aos demais combustíveis. No último caso, a característica do produto rendeu à empresa uma certificação internacional pelos aspectos relacionados ao dióxido de carbono (CO2), cujas altas taxas de produção preocupam, já que a sua presença na atmosfera contribui para o aquecimento global, por exemplo. Preocupações como essa também serviram de motivação para que a empresa focasse seu material humano e técnico na busca por soluções sustentáveis em sua linha de produção e que atualmente servem de exemplo para o setor empresarial, segundo Thibes. Fonte: Tribuna do Planalto
Jataí News 